A apresentação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), integrou a programação do VIII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral (CBDE) na manhã desta quinta-feira (2/6). Barroso tomou seu livro “Sem data venia – um olhar sobre o Brasil e o mundo” como fio condutor da apresentação, explicando que a obra se divide em três partes: sobre sua vida, sobre o mundo e sobre o Brasil.
A juventude em Vassouras e a mudança para o Rio de Janeiro, após a aprovação do pai em concurso para promotor de Justiça, são o ponto de partido dos capítulos que tratam de sua vida pessoal. “O episódio da morte Vladimir Herzog (1975), marcou a minha vida veio a descoberta de um Brasil não oficial. Descobri um país feio, que era preciso transformar. Desde cedo descobri de que lado da história eu queria estar, contra os que faziam aquilo, que naturalizavam aquilo.”
O atentado do Rio Centro e as manifestações pelas Diretas Já, nos anos 80, também foram apontados como episódios definidores de suas convicções.
Ao falar de seu olhar sobre o mundo, o ministro citou sua preocupação com a crise democrática enfrentada por muitos países, com o aquecimento global e falou ainda do conjunto de transformações que modificaram nossas vidas. “Surgiu uma nova gramática, com palavras para descrever utilidades que até há pouco a gente não conhecia. Vivemos esse admirável mundo novo da tecnologia, da IOT, dos carros autônomos, da computação quântica. Até o futuro próximo é imprevisível e precisamos lidar com inovações importantes que trazem grandes proveitos e enormes riscos – internet, engenharia genética e inteligência artificial”, enumerou.
Sobre o Brasil, o ministro citou as menções que faz em sua obra à corrupção, definindo-a como um “mal que nos aflige” e do qual temos grande dificuldade de nos livrar. A conquista da liberdade de expressão, os problemas da educação, bem como a defesa de direitos humanos, sobretudo o combate à discriminação, a importância da Amazônia para a preservação da biodiversidade e a mitigação do aquecimento global também foram pontos citados por ele.
Já na conclusão, o ministro mencionou sua convicção de que “a história é uma marcha contínua na direção do bem e do avanço civilizatório, um rio fluindo na direção que tem que ir.”