No último painel do VII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral os convidados Mônica Rosina, gerente de políticas públicas do Facebook no Brasil, David Nemer, analista de dados, e Fernando Gallo, gerente de políticas públicas do Twitter, falaram sobre as fake news e sobre as políticas de combate às notícias falsas nas redes sociais. O debate, realizado nesta sexta-feira (21/08), foi mediado pelo advogado Diogo Rais.
Nemer falou sobre o funcionamento dos grupos que difundem as notícias falsas. Em 2018, ele se infiltrou em vários grupos de WhatsApp de apoiadores de Jair Bolsonaro, então candidato à presidência da República, para mapear os assuntos e a abordagem da desinformação. A pesquisa resultou em uma classificação de três grupos de usuários: os cidadãos comuns, que queriam conhecer melhor o candidato; o exército virtual, que estava motivado a promover o candidato e era responsável por expulsar os intrusos ou os críticos; e os influenciadores, que criavam as notícias falsas e postavam duas vezes por dia. “Eles não participavam, não debatiam, só publicavam”, explica. Segundo ele, os influenciadores sabiam que dentro de cada grupo tinha a infraestrutura necessária para difundir as Fake News. “É quase um esquema perfeito.”
Política de conteúdo
As redes sociais são as plataformas de compartilhamento das notícias falsas. Para Gallo, a função das plataformas é tentar ajudar as pessoas a encontrar informações de qualidade. “Usamos intervenções para ajudar os usuários a obter informação com credibilidade”, afirmou. Segundo ele, as plataformas ainda precisam avançar muito a respeito da checagem midiática e para dar transparência a esse trabalho. “Transparência ajuda a construir a confiança.”
Monica pontuou que ainda não há um entendimento sobre como cada plataforma lida com a desinformação. “Estamos bem intencionados, mas não existe uma solução mágica”, diz a gerente de políticas públicas do Facebook no Brasil.